terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Vivendo



Andei sobre o pó daqueles lugares
E sob o Sol daqueles dias.
Vilas, ruas e corredores sombrios da Europa
Foram passarelas no angustiado desfile de minha vida na Terra.
De velhos sonhos e antigos templos são minhas memórias.
Muros altos, castelos e árvores milenares...
Sinos que ainda dobram lembram velhos rituais de oração.
A alma que ainda busca a Deus.
Foge ainda do passado sinistro que ainda busca minh'alma.
Andei sim por tais corredores e vilas antigas.

Fiz este poema:

Vivendo, morro cada momento.
- Sobre o pó desta estrada de degredo
- Sob o sol escaldante deste dia

Caminho, e a vida é morte !
Pois que vivendo, não vivo
E morrendo, comigo me encontro
Meu eu, espírito que sou !

Mas acontecerá, quando o sol deste longo dia se pôr,
Abrirá na noite o grande manto de estrelas
- Incontáveis mundos e veredas outras -
Onde não entrará o corpo de meu atual degredo .
Descansará o amigo infatigável
Devolvendo seus átomos à natureza
Eu, espírito, voarei pleno, nesta vida chamada morte
Descansarei desta morte chamada vida.
Pois que vivendo, não vivo
E morrendo, torno-me eu - ganho a mim mesmo !

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